segunda-feira, 28 de junho de 2010

Diocese divulga programação para recepção da imagem de Sant'Ana

A Diocese de Caicó divulgou a programação de abertura oficial do mês de Sant'Ana.

No dia 1 haverá uma intensa movimentação em Natal e em Caicó para o retorno da imagem da padroeira que foi levada para a capital do estado para passar por uma restauração.

A programação do dia 1 é a seguinte:

Natal

8h - Missa em Pium

Local: Capela de Nossa Senhora do Bom Parto - Residencial Vila Feliz (Restaurador Hélio de Oliveira) - Parnamirim

Celebrante: Monsenhor Edson Medeiros de Araújo

11h - Missa solene com caicoenses e devotos de Sant'Ana residentes em Natal

Local: Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Apresentação - Natal

Celebrante: Dom Heitor de Araújo Sales - Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Natal

- A imagem permanecerá exposta ao público na Catedral Metropolitana

13h - Saída da imagem de Sant'Ana com destino a Caicó.

Caicó

5h - Alvorada festiva pela abertura do mês de Sant'Ana

Local: Em frente à Catedral de Sant'Ana (girândolas, repicar dos sinos, banda de música e imprensa) e bairros da cidade (carros de som)

12h - Hora da Graça e Ofício de Sant'Ana

Local: Santuário do Rosário - reza do ofício, repicar dos sinos e girândolas

16h - Concentração em frente ao estádio Marizão

Animação: Padre Fabiano e animadores

17h - Chegada da imagem de Sant'Ana a Caicó, conduzida pelo Pàroco da Catedral Monsenhor Edson Medeiros e peregrinos

-Palavra de acolhimento pelas autoridades

17:30h - Carreata com a imagem de Sant'Ana pela ponte nova

- Carreata saindo do Marizão para o cruzamento das avenidas Coronel Martiniano e Seridó. Em seguida, caminhada para a Catedral de Sant'Ana

19h - Missa campal em Ação de Graças pelo retorno da imagem de Sant'Ana à Casa  Mãe do Seridó

Local: Largo da Catedral

Celebrante: Monsenhor Edson Medeiros de Araújo

Pregador: Monsenhor Antenor Salvino de Araújo

- A imagem permanecerá exposta ao público na Catedral para visitação

20h30: Show religioso e funcionamento do Pavilhão de Sant'Ana

Atrações: Jonas Linhares, Galvão Freire e Ronaldo Carlos

Local: Largo da Catedral

23h - Encerramento das atividades.

domingo, 27 de junho de 2010

Pecados públicos


Não reclamo. Apenas constato. Tem ficado cada vez mais difícil a gente se reconciliar com os erros cometidos. O motivo é simples. A vida privada acabou. O acontecimento particular passa a pertencer a todos. A internet é um recurso para que isso aconteça. Os poucos minutos noticiados não cairão no esquecimento. Há um modo de fazê-los perdurar. Quem não viu poderá ver. Repetidas vezes. É só procurar o caminho, digitar uma palavra para a busca.

Tudo tem sido assim. A socialização da notícia é um fato novo, interessantíssimo. Possibilita a informação aos que não estavam diante da TV no momento em que foi exibida.

A internet nos oferece uma porta que nos devolve ao passado. Fico fascinado com a possibilidade de rever as aberturas dos programas do meu tempo de infância. As imagens que permaneciam vivas no inconsciente reencontram a realidade das cores, movimentos e dos sons.

Mas o que fazer quando a imagem disponível refere-se ao momento trágico da vida de uma pessoa? Indigência exposta, ferida que foi cavada pelos dedos pontiagudos da fragilidade humana? Ainda é cedo para dizer. Este novo tempo ainda balbucia suas primeiras palavras.

O certo é que a imagem eterniza o erro, o deslize. Ficará para posteridade. Estará resguardada, assim como o museu resguarda documentos que nos recordam a história do mundo.

Coisas da contemporaneidade. Os recursos tecnológicos nos permitem eternizar belezas e feiuras.

Uma fala sobre o erro. Eles nascem de nossa condição humana. Somos falíveis. É estatuto que não podemos negar. Somos insuficientes, como tão bem sugeriu o filósofo francês Blaise Pascal. O bem que conhecemos nem sempre atinge nossas ações. Todo o mundo erra. Uns mais, outros menos. Admitir os erros é questão de maturidade. Esperamos que todos o façam. É nobre assumir a verdade, esclarecer os fatos. Mais que isso. É necessário assumir as consequências jurídicas e morais dos erros cometidos. Não se trata de sugerir acobertamento nem de solicitar que afrouxem as regras. Quero apenas refletir sobre uma das inadequações que a vida moderna estabeleceu para a condição humana.

Tenho aprendido que o direito de colocar uma pedra sobre o erro faz parte de toda experiência de reconciliação pessoal. Virar a página, recomeçar, esquecer o peso do deslize é fundamental para que a pessoa possa ser capaz de reassumir a vida depois da queda. É como ajeitar uma peça que ficou sem encaixe. O prosseguimento requer adequação dos desajustes. E isso requer esquecer. Depois de pagar pelo erro cometido a pessoa deveria ter o direito de perder o peso da culpa. O arrependimento edifica, mas a culpa destrói.

Mas como perder o malefício do erro se a imagem perpetua no tempo o que na alma não queremos mais trazer? Nasce o impasse. O homem hoje perdoado ainda permanecerá aprisionado à imagem. A vida virtual não liberta a real, mas a coloca na perspectiva de um julgamento eterno. A morbidez do momento não se esvai da imagem. Será recordada toda vez que alguém se sentir no direito de retirar a pedra da sepultura. E assim o passado não passa, mas permanece digitalizado, pronto para reacender a dor moral que a imagem recorda.

Estamos na era dos pecados públicos. Acusadores e defensores se digladiam nos inúmeros territórios da vida virtual. Ambos a acenderem o fogo que indica o lugar onde a vítima padece. A alguns o anonimato os encoraja. Gritam suas denúncias como se estivessem protegidos por uma blindagem moral. Como se também não cometessem erros. Como se estivessem em estado de absoluta coerência. No conforto de suas histórias preservadas, empunham as pedras para atacar os eleitos do momento.

O fato é que o pecador público exerce o papel de vítima expiatória social. Nele todas as iras são depositadas porque nele todas as misérias são reconhecidas. No pecado do outro nós também queremos purgar o pecado que está em nós. Em formatos diferentes, mas está. Crimes menores, maiores; não sei. Mas crimes. Deslizes diários que nos recordam que somos território da indigência. O pecador exposto na vitrine deixa de ser organismo. Em sua dignidade negada ele se transforma em mecanismo de purificação coletiva. É preciso cautela. Nossos gritos de indignação nem sempre são sinceros. Podem estar a serviço de nossos medos. Ao gritar a defesa ou a condenação podemos criar a doce e temporária sensação de que o erro é uma realidade que não nos pertence. Assumimos o direito de nos excluir da classe dos miseráveis, porque enquanto o pecador permanecer exposto em sua miséria, nós nos sentiremos protegidos.

Mas essa proteção que não protege é a mãe da hipocrisia. Dela não podemos esperar crescimento humano, tampouco o florescimento da misericórdia. Uma coisa é certa. Quando a misericórdia deixa de fazer parte da vida humana, tudo fica mais difícil. É a partir dela que podemos reencontrar o caminho. O erro humano só pode ser superado quando aquele que erra encontra um espaço misericordioso que o ajude a reorientar a conduta.

Nisso somos todos iguais. Acusadores e defensores. Ou há alguém entre nós que nunca tenha necessitado de ser olhado com misericórida?
 
Padre Fábio de Melo
Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Frade do RN é nomeado bispo da nova diocese pernambucana

O guardião e ecônomo do Convento Santo Antônio, em Natal, Frei Magnus Henrique Lopes, OFMCap, foi nomeado pelo Papa Bento XVI, nesta quarta-feira, dia 16, o primeiro bispo da nova Diocese de Salgueiro, no alto sertão pernambucano.
A ordenação do Dom Frei Magnus acontecerá dia 17 de setembro próximo, às 19 horas, na Catedral Metropolitana de Natal. Ele escolheu como lema episcopal: “Tudo posso naquele que me fortalece”, uma citação de São Paulo. A posse, na recém-criada diocese de Salgueiro, será dentro de um mês após a ordenação.
Frei Magnus Henrique nasceu em Assu (RN), em 31 de julho de 1965. Iniciou o Postulantado, na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em 1986, e o Noviciado, em 1988. Fez a primeira profissão religiosa, em 1989, e a profissão perpétua, em 19 de março de 1992, ambas em Natal. Foi ordenado presbítero, no dia 21 de dezembro de 1996, em Assu. É licenciado em Filosofia, pela Faculdade de Filosofia do Recife; e em Teologia, pelo Instituto Franciscano de Teologia de Olinda (PE). Fez bacharelado e licenciatura em Psicologia, pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió. Depois, fez especialização em Psicologia Clínica Hospitalar, e mestrado em Teologia Moral, pela Academia Alfonsiana, de Roma.
Na vida religiosa e sacerdotal, o frade capuchinho também exerceu várias funções. As últimas foram a de Vice-presidente da Conferência dos Capuchinhos do Brasil - CCB, de 2001 a 2007; Diretor espiritual de diversos grupos, movimentos e pastorais, e desde agosto de 2009, está em Natal, onde é guardião e ecônomo da Fraternidade do Convento Santo Antônio, dos Frades Capuchinhos.
Nova Diocese
A Diocese de Salgueiro, criada neste dia 16 de setembro, pelo Papa Bento XVI, é desmembrada das Dioceses de Petrolina e de Floresta, ambas no estado de Pernambuco. A sede será em Salgueiro e será composta pelos seguintes municípios: Salgueiro, Verdejante, Cedro, Serrita, Terra Nova, Parnamirim, Granito, Moreilândia, Exu, Bodocó, Ouricuri, Trindade, Ipubi, Araripina e Cabroró.

Com informações da Arquidiocese de Natal